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Saúde

Menopausa e terapia hormonal, saiba mais

A menopausa ocorre geralmente entre os 45 aos 55 anos

Publicado em 31/01/2023 às 09:27

Dr Silvio Laranjeira, ginecologista (Foto: Portal da Cidade)

A menopausa (última menstruação) é um evento conhecido desde a antiguidade e ocorre normalmente entre os 45 e 55 anos. Durante os anos em que os ovários começam diminuir a produção de seus hormônios (testosterona, progesterona e estradiol), surgem os sintomas do climatério, primeiramente de forma sutil após os 35 anos e de forma mais perceptível em torno dos 42 anos na maioria das mulheres. Caracterizam o climatério os fogachos (ondas de calor na parte alta do corpo), ressecamento da pele, ressecamento vaginal, muitas vezes causando dor nas relações sexuais, perda de cálcio dos ossos acarretando a osteoporose que é um enfraquecimento dos ossos que podem levar à fraturas como do colo femoral tão comuns em idosas.

Diminuição do bom colesterol (HDL) e aumento do colesterol ruim (LDL) o que acelera a aterosclerose e doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Alterações geniturinárias como urgência urinária. Diminuição da disposição e libido (desejo sexual) que muitas vezes são acompanhadas de sintomas depressivos. A perda de massa muscular conhecida como sarcopenia, notadamente em coxas e glúteos se estabelecem progressivamente.

A expectativa de vida da mulher aumentou muito no último século, para se ter uma ideia passou de 45 anos em 1940 para 80 anos em 2019. Percebe-se que a mulher atual viverá um terço de sua vida após a menopausa, aproximadamente 30 anos sem os hormônios da feminilidade e com as consequências da falta deles. Uma pergunta consequente ao acima exposto é: “O que as Ciências da Saúde tem a nos oferecer para lidarmos melhor com esta situação de envelhecimento na pós-menopausa?” Temos algumas respostas: Dieta equilibrada, atividade física rotineira com orientação profissional, abolição do tabagismo, redução do consumo de álcool, acompanhamento psicológico e médico de doenças crônicas.

A terapia hormonal tem espaço, nesse contexto, na medida em que há uma aceleração de processos degenerativos após a menopausa, influência negativa na qualidade de vida em vários aspectos físicos e psíquicos. Sendo importante para as pessoas terem a consciência de que o envelhecimento é inevitável, mas que podemos fazer escolhas de como vamos viver essa fase da vida. Como todo tratamento medicamentoso a terapia hormonal tem indicações e contraindicações, que devem passar por uma avaliação médica criteriosa dos riscos e benefícios de forma sempre individualizada, para que se tire melhor proveito para a saúde e qualidade de vida.

Das contraindicações da terapia hormonal podemos citar o risco elevado de câncer de mama, trombose, doença cardiovascular, acidente vascular cerebral, colelitíase (pedra na vesícula), idade maior que 60 anos ou menopausa há mais de 10 anos.

As indicações constam dos próprios sintomas e consequências da baixa produção dos hormônios ovarianos, ou seja: fogachos, ressecamento vaginal, prevenção da osteoporose, urgência urinária, perda da disposição e desejos sexual, perda de massa muscular com baixa resposta aos exercícios físicos entre outras.

A Janela de oportunidade é uma hipótese que tem sido sugerida por grandes estudos. Sugere que as mulheres que iniciam a terapia hormonal precocemente, ou seja, antes dos 60 anos ou antes de 10 anos de menopausa seriam as que mais se beneficiam desse tratamento, visto que sofreram menos tempo pela falta dos hormônios ovarianos.

Conclui-se que nossa expectativa de vida será cada vez maior e nesse processo de envelhecimento em que os hormônios estão diminuídos e suas consequências tornam-se presentes, ainda temos a opção de associar hábitos de vida saudável à reposição hormonal, a fim de buscar qualidade aos anos de vida que temos à frente.

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